quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O papel educativo das novas tecnologias e linguagens no processo de ensino

O papel educativo das novas tecnologias e linguagens no processo de ensino


Joselia Ferreira de Oliveira
RESUMO



O presente artigo busca problematizar a questão do saber-fazer, sem colocar o saber-ver-entender no passivo, o que nos remete ao saber - pensar ativo. Uma vez que há uma infinidade de tecnologias, todas ligadas por linhas e ondas de transmissão, fato este que potencializa a idéia antiga da cultura moderna e do conhecimento como algo que se transmite e se distribui. Abre-se mais uma fenda entre cultura e educação. Enfim, o domínio das técnicas acontece por necessidades e exigências das mudanças na sociedade. Dessa forma, as novas possibilidades técnicas criam novas aberturas para o fazer pedagógico, constituindo-se numa verdadeira espiral de aprendizagem ascendente na sua complexidade técnica e pedagógica.


Palavras-chave: aprendizagem, educação, tecnologia.



Introdução



Há uma cultura audiovisual eletrônica proporcionando aos alunos informações, valores, saberes, outros modos de ler e perceber o mundo. Para Guacira Lopes Louro (2004), atualmente, a expressão da linguagem em seus diferentes sentidos serve para consagrar opiniões e posicionamentos políticos os mais diversos. Evidentemente, esse uso irrestrito ignora as marcas especificas que o conceito tem no interior de alguns campos teóricos, como o dos estudos feministas e dos estudos culturais, em que a questão da diferença é central e provocadora de intensos debates e problematizações. E na escola as diferenças se manifestam com maior intensidade as problemáticas..
Por isso, os complexos processos de comunicação da sociedade privilegiam as tecnologias e difundem linguagens e conhecimentos que tendem a descentralizar a relação escola-livro no âmago do sistema escolar vigente. Na contemporaneamente, a TV é o meio de comunicação predominante, instrumental de socialização, entretenimento, informação, publicidade, composto em função dos interesses de mercado. Por ela, gerações aprendem a consumir e a conhecer a si e o mundo. Reuniões públicas, antes nas ruas, têm como cenário e como mediadora a TV: campanhas políticas, pronunciamentos oficiais substituem interações coletivas. O diálogo ficção-realidade perpassa fronteiras e mostra a telenovela; o programa mais assistido por crianças e adultos. É fundamental superar o entretenimento meramente alienatório e discutir temas sérios, oportunos, que antes eram ignorados por causa dos preconceitos.
Dessa forma, é preciso preparar o aluno para analisar a televisão, ler um mundo recortado por ela, compreender-lhe os recortes dessa realidade. E assim analisar sua presença cotidiana em nossa cultura. Espera-se que a escola enfoque o mundo audiovisual, faça da TV objeto de estudo, conheça a linguagem, a programação, além das condições de produção e de recepção a fim de possibilitar que a mesma seja incorporada pedagogicamente no âmbito escolar.

1. Internet na escola e inclusão


Outro instrumento importante na escola constitui-se o uso da Internet, como um instrumento de apoio ao processo de ensino-aprendizagem, conhecimento e informação, por ser considerada uma exigência da cibercultura, isto, é do novo ambiente comunicacional cultural que surge com a interconexão mundial de computadores em expansão no inicio do século XXI.
A educação não pode esta alheia ao novo contexto socioeconômico-tecnológico, cuja característica geral não está mais na centralidade da produção fabril ou da mídia de massa, mas na informação digitalizada como nova infra-estrutura básica, como novo modo de produção. O computador e a Internet definem essa nova ambiência informacional e dão o tom da nova lógica de comunicação, que cada vez mais tem produzido informação.
Segundo artigo de Nelson De Luca Pretto,

Analisar o surgimento de novas linguagens a partir da aproximação das tecnologias da comunicação e informação com uma grande diversidade de áreas do conhecimento, exige estabelecer uma panorâmica sobre alguns elementos do desenvolvimento cientifico e tecnológico do mundo contemporâneo.

Neste contexto, as rápidas descobertas e mudanças no universo da mídia entendida como o conjunto de veículos e linguagens para a realização da comunicação humana para o cumprimento de diferentes interesses e propósitos refletem no mundo escolar, tornando mais amplos os conceitos de linguagens. Um dos grandes desafios da escola brasileira são as carências da educação, da falta de infra-estrutura dentre outras.
E assim na tentativa de superá-las sem uma política clara, contínua e eficiente de ações e de investimentos vem gerando um samba do criolo doido nos ambientes escolares. É necessário uma reorganização espacial, cada instrumento necessariamente deve ocupar seu espaço no âmbito escolar e todos são importantes, que seja, a biblioteca, a sala de vídeo, a sala de computação, etc.

Por isso, Nelson De Luca Pretto, enfatiza,

Um dos primeiros aspectos que exige uma reflexão, diz respeito à relação do ser humano com as máquinas. Precisamos pensar historicamente sobre essa relação para podermos compreender melhor algumas das dificuldades que encontramos hoje no uso das tecnologias de informação e comunicação - as TICs, na educação e em outras áreas do conhecimentos.


A prática pedagógica é uma forma de conceber educação e envolve o aluno, o professor, as tecnologias disponíveis, a escola e seu entorno e todas as interações que se estabelecem nesse ambiente, denominado ambiente de aprendizagem. Tudo isso implica um processo de investigação, reflexão, descoberta e construção de conhecimento, no qual as TICs são selecionadas segundo os objetivos da atividade.
Assim, Guacira Lopes Louro (2004) sinaliza para as mudanças vigentes, enfatizando-se a necessidade de uma revisão dos currículos e métodos de ensino, no sentido também de substituição de uma abordagem quantitativa por uma abordagem qualitativa baseada em novos princípios e metodologias educacionais. Nesse sentido, Vorraber (2000), afirma os sujeitos e as subjetividades na contemporaneidade nos remete às polêmicas discussões filosóficas deste limiar de milênio em que se contrapõem as visões modernas e pós-modernas em relação a educação.

Para Nelson de Luca Pretto, (2000),

as pedagogias continuam centradas num padrão associado à tecnologia mecânica, própria do modelo da Revolução Industrial. São pedagogias centradas no ensinamento das técnicas de manuseio, para o uso das tecnologias e, conseqüentemente, para o seu domínio.


E ainda acrescenta,

Podemos falar das pedagogias tradicional, da pedagogia nova, da pedagogia do diálogo, pedagogia técnica, progressiva ou crítica. Em todas essas visualizamos uma relação com as tecnologias centradas na perspectiva de dominação das mesmas.

Na realidade, a pedagogia deve permitir que o aluno aprenda-fazendo e reconheça a própria autoria naquilo que produz por meio de questões de investigação que lhe impulsionam a contextualizar conceitos já conhecidos e descobrir outros que emergem durante o desenvolvimento do ensino. Nessa situação de aprendizagem, o aluno precisa selecionar informações significativas, tomar decisões, trabalhar em grupo, gerenciar confronto de idéias, enfim, desenvolver competências interpessoais para aprender de forma colaborativa com seus pares.
Para tanto, talvez seja importante compreender primeiro que novo é apenas o aparato tecnológico, que parece apresentar sempre um compromisso com o futuro, que se conjugam no presente da narrativa atual, sobretudo as novas metodologias. Assim uma educação que envolva a mídia precisa revelar o cerne da linguagem e dos produtos dessa cultura audiovisual, buscando aprofundar a compreensão dessa forma de expressão, assim como é feito há muito nas escolas, com maior ou menor sucesso, com a literatura, por exemplo, e assim, os recursos tecnológicos não fiquem para além de uma simples recepção e produção, mas que contribuam efetivamente para o processo de ensino-arpendizgem.




Considerações Finais

Essa breve análise sobre as questões técnicas e pedagógicas relacionadas com as nova tecnologias na educação nos leva a pensar a informática na educação. E ssim, mostra que os grandes desafios dessa área estão na combinação do técnico com o pedagógico e, essencialmente, para a formação do aluno devendo contribuir assim para a aquisição de novos conhecimentos.
Nesse sentido, o desafio dessa formação é enorme. Ela deve ser pensada na forma de uma espiral crescente de aprendizagem, permitindo ao educando adquirir simultaneamente habilidades e competências técnicas.
Entretanto, o entusiasmo que muitas vezes pode ofuscar o bom-senso em relação ao uso das novas tecnologias na educação, e ao mesmo tempo, o que é pior, pode elevar as novas tecnologias audiovisuais a condição de panacéia, servindo como remédios para a cura de todos os males da educação escolarizada brasileira. É importante cautela para que os engodos não venham a ocupar espaço nas discussões em torno da melhoria do ensino e da aprendizagem na escola.
Não podemos esquecer que a ideologia neoliberal esparramou pelo mundo globalizado a chamada razão instrumental em detrimento da razão crítica. É um dos efeitos mais deletérios da razão instrumental é esquecer que as tecnologias, a mídia, as descobertas científicas devem ser tomadas como realmente o são, isto é, como “meios” para a promoção do homem e nunca como fins em si mesmas ou então corremos o risco de transformá-las em elementos para a opressão e a manutenção de privilégios, como parece estar ocorrendo atualmente na nossa sociedade e no mundo.

REFERENCIAS:

O currículo e as diferenças sexuais e de gênero IN: COSTA, Mariza Vorraber (org). O Currículo nos limiares do contemporâneo. 3 ed. Rio de Janeiro DP&A, 2004.

Sujeitos e subjetividades nas tramas da linguagem e da cultura IN: CANDAU, Vera Maria (org) Cultura, linguagem e subjetividade no ensinar e aprender. Rio de Janeiro DP&A, 2000.

Linguagens e tecnologias na educação. IN: CANDAU, Vera Maria, (org). Cultura, linguagem e subjetividade no ensinar e aprender. Rio de Janeiro DP&A, 2000.

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