sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

MÉTODOS E TÉCNICAS NO ENSINO DE HISTÓRIA

MÉTODOS E TÉCNICAS NO ENSINO DE HISTÓRIA

Ao refletir acerca dos novos recursos pedagógicos e das atitudes teórico-metodológicas da docência em História, precisamos pensar no significado das iconografias e na compreensão para a educação.Além disso, as imagens apresentadas nas obras devem despertar a curiosidade e levar o aluno a problematizar os conceitos e os registros históricos e a pensar sobre a ação dos sujeitos históricos. O que nem sempre acontece nos livros didáticos. As fontes iconográficas ocupam lugar relevante e têm sido objeto de destaque em suas mais variadas expressões: fotos, gravuras, pinturas, cartazes, desenhos, charges, gráficos, caricaturas, plantas e mapas. Assim, o livro didático, tornou-se parte da cultura escolar e atualmente está inserido num contexto de grandes transformações conceituais do que significa conhecer, educar e saber. Na sociedade da informação, na qual se multiplicaram os instrumentos pedagógicos de aprendizagem escolar e novas linguagens surgem como forma pedagógica de conhecimento, o livro didático ainda continua sendo um dos instrumentos pedagógicos básicos de acesso ao saber da grande maioria das escolas. Podemos afirmar que não é possível falar em escola sem falar no livro didático. Muitos estudiosos e educadores ainda vêem o livro didático com grande preconceito, argumentação que é um material que serve como “muleta para o professor”, e que o bom professor não necessita de livro, pois deve conhecer profundamente todo o conteúdo discursivo da matéria que leciona.
Entretanto, a pesquisa histórica é um meio para se inserir os vários recursos por considerar um meio pedagógico que lida com diversos tipos de fontes e suportes variados, além da importância de suas especificidades do trabalho com esses materiais. O domínio de técnicas e linguagens aplicáveis a documentos de diferentes tipos (escritos, iconográficos, orais, musicais, etc,) requer um exercício constante e recorrente de pesquisa, não havendo uma fórmula única para lidar com eles.
De fato, as representações cartográficas e a iconografia são recursos importantes que contribuem para o conhecimento histórico. Lidar com fontes e linguagens diferenciadas, principalmente visuais requer certas habilidades, que podem ser desenvolvidas pelo exercício constante do olhar. Esse olhar não é apenas sensorial, mas parte de uma operação intelectual complexa, que envolve observar, identificar e compreender o significado das imagens.
A pesquisa seja no âmbito científico ou referente ao saber escolar é um mecanismo essencial para que o aluno possa apropriar-se de um olhar consciente para sua própria sociedade e para si mesmo. Nesse sentido, o uso da iconografia no ensino de História seja ela uma fotografia ou a reprodução de uma obra de arte pintura, escultura, gravura, desenho ou caricatura, por exemplo, em suas diversas técnicas e suportes, são documentos históricos de igual valor ao da documentação manuscrita ou impressa.
Por outro lado, não se deve esquecer de que o recurso do filme é muito importante, no entanto, é preciso que o professor assista ao filme antecipadamente e analise a necessidade de um trabalho de contextualização do filme junto aos alunos. Isso é valido, inclusive, para os filmes indicados nos livros didáticos. Sabe-se que para a análise de um filme, em primeiro lugar, é conveniente considerar que o autor (diretor) fez um recorte da realidade, observou-se sob determinado ângulo e fez seleções adequadas. Essa atitude contribui para a análise do “lugar social” de quem produz uma obra.
Os materiais didáticos são expressões de representações e em cada um deles deve-se adotar um procedimento específico para analisá-los. A fotografia como linguagem documental representa uma dada realidade em um determinado momento. Além disso, vale ressaltar que o livro didático, não pode ser exposição fria e mecânica de conhecimentos adquiridos e transmitidos. Tendo por objetivo desvendar a experiência dos homens vivendo no tempo, em sociedade, e empreender a compreensão ativa da realidade social, a História quer ser um elemento de tomadas de consciência para as pessoas que a ela se chegam.
Por isso, sendo o conhecimento é provisório, o aluno terá condições de exercitar nos procedimentos próprios da História: que seja através da problematização das questões propostas, da delimitação do objeto de exame e do estado da questão, e da busca de informações. Assim, no âmbito dos procedimentos que lhe são próprios co-existe uma ampliação do conceito de fontes históricas, que podem ser trabalhadas pelos alunos como: documentos oficiais, textos de época e atuais, mapas, ilustrações, gravuras, imagens, poemas, letras de música, literatura, manifestos dentre outros.
Sendo assim, os recursos visuais iconográficos, gráficos, mapas, bem como outras representações visuais espalhadas também no livro didático e pelos espaços públicos e privados, constituem-se materiais valiosos de interpretação. Pode-se dizer que há um ponto que se deve considerar entre a documentação iconográfica como recurso pedagógico e a escrita ambas são fundamentalmente, representações da realidade, que, na maioria das vezes, não refletem diretamente o real, e assim devem ser encaradas. Em suma, são versões a respeito dos fatos e acontecimentos que servem de apoio ao processo de ensino–aprendizagem.
Em relação aos livros paradidáticos e didáticos, eles entram na sala de aula como objetos cuja intenção é apresentar um conhecimento já organizado e fechado. Por conseguinte, no que se refere às atitudes teórico-metodológicas da docência em História, ainda é possível dizer que para nós professores, a educação compreende dois pontos indissociáveis. De um lado, ela se faz pela transmissão do saber, que se constitui de conteúdos considerados socialmente relevantes, e chegam ao aluno “de fora para dentro”. De outro, é preciso extrai respostas dos alunos ativamente, instigá-lo a produzir o saber, propiciando situações das quais possam emergir sua própria interpretação dos conteúdos transmitidos. Enfim, tão importante quanto a transmissão de conhecimentos e experiências socialmente acumuladas são os estímulos promovidos em prol ao desenvolvimento das habilidades e competências que tornam o aluno apto a aprender e a conhecer.
Portanto, a proposta do ensino importa uma organização de conteúdos devidamente articulados e das estratégias determinadas para trabalhar os conteúdos satisfatoriamente, devendo deixar claro que os conhecimentos históricos existentes não se constituem algo pronto e acabado, mas que se compreendem um processo de mudanças e transformações e assim os conhecimentos são transmitidos e acompanhados pelos novos recursos pedagógicos existentes na educação e as diferentes atitudes teórico-metodológicas que os profissionais em História podem utilizar-se.

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