sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A CONJUNTURA DO PÓS-GUERRA NA AMÉRICA LATINA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS

A CONJUNTURA DO PÓS-GUERRA NA
AMÉRICA LATINA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS

Josélia Ferreira de Oliveira

Ao analisarmos os aspectos referentes a construção de uma conjuntura no pós segunda guerra mundial na América latina e suas conseqüências, especificamente o autor destaca os anos de 1944-1945 e 1947-1948 respectivamente fins da segunda guerra mundial e início da guerra fria. É um momento de afirmações de poder. Existia uma classe trabalhadora numerosa, renasceu a militância trabalhista juntamente com a incorporação política dos sindicatos. O final da segunda guerra mundial na América Latina, bem como no resto do mundo, esperava-se que uma nova era de governo democrático. A democracia implicaria a participação popular, sobretudo da classe trabalhadora, na política, bem como melhorias sociais e econômicas para os baixos estratos da população.
Dessa forma, a democracia se identificava com o desenvolvimento e o bem-estar social. Isto era a visão da esquerda latino-americana, comunista ou não-comunista, complementada pelas aspirações de uma nova geração de economistas estruturalistas e tecnocratas modernizadores. Em 1948, este entraram para a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) em, Santiago do Chile. Essa Comissão Econômica para a América Latina seria sustentada pela aliança dos industriais locais (a burguesia nacional), que teria assegurado seus lucros nas barreiras protetoras e do trabalho organizado, ofereciam mias empregos, salários mais altos e melhores condições de vida. Tudo isso seria conduzido pelo Estado intervencionista, que promoveria as condições de mercado, implantando uma infra-estrutura e investiria na indústria onde a iniciativa privada ainda não estivesse presente.
Excluía definitivamente a possibilidade de a América latina poder ou dever retornar a um modelo de acumulação de capital, crescimento e desenvolvimento baseados em exportações de produtos primários. Destacamos ainda outro fato importante para as estratégias de desenvolvimento econômico no pós-guerra foi a aceleração planificada da industrialização substitutiva de importações.
Os Estadunidenses ao fim da segunda guerra Mundial surgiu como uma potência econômica e política na América Latina incontestável. Nos anos finais da guerra, eles visavam uma ordem econômica internacional de caráter liberal, baseada no livre comércio e nos livres fluxos de capital. A curto-prazo, os Estadunidenses apoiavam a liberalização política e a democratização na região durante o pós-guerra. Assim, ao final da Segunda Guerra Mundial coexiste uma conjunção de circunstâncias internas e externas que favorecem as grandes mudanças tanto políticas quanto sociais.
A aliança entre industriais dos setores da classe média e do trabalho organizado era frágil. Além disso, os movimentos políticos e os partidos surgem como instrumentos novos.
No entanto, os líderes mais progressistas tinham que atender à necessidade de controlar e institucionalizar a massa dos seguidores, restringir e canalizar as demandas e sustentar os interesses dos adeptos contra as exigências de sobrevivência política e as coerções de ordem econômica.
Por outro lado, as elites americanas pertencentes aos grupos políticos e econômicos dependiam em grande parte da propriedade rural. Na realidade, os Estadunidenses por razões estratégicas oferecem à Europa o Marshall para a reconstrução econômica visava firmar a democracia social naquela região. Contudo, as democracias latino-americanas antigas e novas, enfrentaram sérios desafios enquanto vai fortalecendo suas instituições num contexto de crescente endividamento, colapso do modelo desenvolvimentista do pós-guerra fundado na Industrialização Substitutiva de Importação. (ISI), declínio das taxas de crescimento econômico, inflação alta, e quase fora de controle, crise fiscal do Estado, padrão de vida deteriorado para a maioria da população, agravamento das desigualdades sociais cada vez maiores.
A década de 1980 e início de 1990 marcou as transformações econômicas e ideológicas dos governos latino-americanos estimulados pelos Estadunidenses e pelos diversos organismos financeiros internacionais, a implementar amplas reformas estruturais do tipo neoliberal. Assim, as empresas foram privatizadas, a economia abri-se para a concorrência internacional induzido pela reestruturação industrial e a desindustrialização, o desemprego do setor público e industrial marcou essa política neoliberal e os salários diminuíram assustadoramente. Isso reflete a fraqueza da democracia na América Latina, como uma das conseqüências da derrota do projeto social-democrata no período pós-segunda Guerra Mundial.
Portanto, nos Estadunidenses e na América Latina, a conjuntura do pós-guerra provocou o fortalecimento do conservadorismo. Os anos de Depressão e da Guerra revigoraram as forças esquerdistas e progressistas nos Estados Unidos. O país ao final da guerra viveu uma crescente mobilização trabalhista, um rápido crescimento da influência política da Esquerda e uma tentativa para quebrar o duopólio republicano-democrata do poder.


Referência.

Texto base da autora Leslei Bethel e Ian Roxborough

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