domingo, 3 de janeiro de 2010

DESCORTINANDO O PATRIMONIO HISTORICO DA HUMANIDADE: Uma sensibilização através da memória paraíbana

JOSELIA FERREIRA DE OLIVEIRA
JUSTIFICATIVA

O presente projeto sobre Patrimônio Histórico-cultural de uma sociedade é relevante no sentido de que, é consensual a impossibilidade de se estudar a História de todos os tempos e sociedades, sendo necessário fazer seleções baseadas em determinados critérios para estabelecer os conteúdos a serem ensinados. A seleção de conteúdos programáticos tem sido variada, mas geralmente é feita segundo uma tradição de ensino, que é rearticulada e reintegrada em novas dimensões e de acordo com temas relevantes para o momento histórico da atual geração.
O maior patrimônio de uma sociedade é sua história. A modernidade tem transformado o homem em um ser insensível e sempre implicando na destruição de alguns valores culturais e tradicionais. Sendo assim, objetiva-se provocar a partir das aulas de campo nos espaços tombados pelo patrimônio histórico como Areia-PB; Ingá-PB, João Pessoa-PB, Souza-PB; municípios do Brasil, uma sensibilidade histórica acerca da preservação cultural e identidade coletiva. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas. A partir dessas atividades foi possível perceber que, preservar a memória de um povo é dar sentido e significado a existência humana durante suas experiências históricas.
Assim, as aulas de campo tem sido uma possibilidade metodológica para o processo do ensino-aprendizagem. Nesse contexto, desenvolvemos um trabalho interdisciplinar durante a realização do projeto educativo, uma vez que ao pesquisar sobre o Patrimônio Local este favorece a promoção da cidadania, pois conhecer a história das populações indígenas, africanas e brancas que passaram pelos municípios da Paraíba a exemplo de Areia-PB, Ingá-PB, Souza-PB, João Pessoa - PB possibilita o aluno ter contato com o patrimônio da humanidade. Em Ingá-PB é possível o aluno perceber que o período considerado paleolítico e neolítico deixou suas marcas registradas nas pedras e nos artefatos expostos no museu, sendo este afirmação de lugares de memória, assim, considerar que a África está em nós é um fato evidente. A partir dos vestígios históricos nos museus de Ingá-PB, e Souza-PB, é possível constatar a História da Humanidade, haja vista que, no período da pangéia, somente existia um continente e sua divisão resultou na multiplicação de vestígios por todo o mundo.
Estudar a origem dos índios Bruxaxas, no município de Areia-PB, e ter contato com as obras de Pedro Américo e sua história é contribuir para a educação e a cultura do país oferecendo oportunidade ao aluno da rede pública de ensino da Paraíba se apropriar de um conhecimento que os livros didáticos apresentam distante da realidade. Inclusive, os livros didáticos não privilegiam estudos sobre Patrimônio Histórico e muito menos apresentam o potencial da Paraíba, no que diz respeito a temática. A conquista da Paraíba, as lutas em prol da defesa da capitania, a presença dos jesuítas, as ordens religiosas, as construções do século XVIII, o barroco e todo um aparato histórico que não podemos negar aos nossos alunos e deixa-los passar pela vida sem conhecer a história das lutas e vitórias do povo paraibano, além de compreender que os dinossauros, a preguiça gigante, o tatu gigante, animais extintos estiveram na Paraíba, além das várias tribos nômades que aqui passaram.
O ensino e aprendizagem da História enquanto disciplina está voltada inicialmente, para atividades em que os alunos possam compreender as semelhanças e as diferenças, as permanências e as transformações no modo de vida social, cultural e econômico de sua localidade, tanto no presente como no passado, mediante a leitura de diferentes fontes históricas deixadas através das obras humanas.
Enfim, o trabalho do professor consiste em introduzir o aluno na leitura das diversas fontes de informação, para que adquira, pouco a pouco, autonomia intelectual. O percurso do trabalho escolar inicia dentro da sala de aula, baseado nessa perspectiva e identificação das especificidades das leituras dos documentos, vestígios históricos, lugar de memória, sítios arqueológicos e das simbologias e formas diversas de construção e aquisição de novos conhecimentos. É necessário frisar a contribuição da História para as novas questões, considerando-se que a sociedade atual vive um presente contínuo, que tende a “esquecer” e anular a importância das relações que o presente mantém com o passado. Nos dias atuais, a cultura impregnada de tecnologia fornece uma valorização das mudanças no moderno cotidiano tecnológico e uma ampla difusão de informações sempre apresentadas como novas e com explicações simplificadas que as reduzem aos acontecimentos imediatos. Dito isto, é compromisso fundamental da História estudar a íntima relação da Memória e das tradições históricas, livrando as novas gerações da “amnésia social” que compromete a construção de suas identidades individuais e coletivas. O direito à memória faz parte da cidadania cultural e revela a necessidade de debates sobre a importância de recuperar a história da humanidade, por isso, a preocupação em estudar e não deixar morrer a memória dos nossos antepassados significa despertar o interesse dos alunos pelo Patrimônio cultural, por ser de fato de suma importância para a formação de uma memória social e nacional das novas gerações.






OBJETIVOS

Objetivo Geral

* Apresentar lugares de memória de determinadas comunidades como: Areia-PB; Ingá-PB; João Pessoa - PB; Souza-PB; no sentido de que a vida é uma imensa combinação do passado com o presente projetado para o futuro.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Investigar os espaços de memórias, lugar onde detém precioso acervo de informações históricas sobre nossa existência humana.
• Perceber que o primitivo e o requintado são elementos que palpitam no ritmo e na aquarela da humanidade.
• Despertar as novas gerações para a importância dos museus, do Patrimônio Histórico da humanidade.
• Comparar o ensino ministrado em sala de aula com auxílio dos recursos tecnológicos, da prática mecânica com uma nova oportunidade de ensinar através de uma nova dinâmica, talvez mal interpretada por alguns educadores que pensam que a aula se resume apenas a sala de aula.
• Dinamizar as aulas de História e Geografia partindo de uma metodologia onde o aluno aprende diante das fontes históricas orais, escritas, dos monumentos e das imagens, ou seja, o ensino é marcado por um traço espontâneo de aprender e fazer história.










METODOLOGIA

Para desenvolvimento desse projeto educativo visando aprimorar o conhecimento sobre a história e principalmente sobre o patrimônio histórico, pensamos na possibilidade de levar os alunos aos lugares de memória. É relevante o projeto uma vez que ao visitar, por exemplo, um município como Areia-PB, cidade considerada Patrimônio Histórico, responsável por exportação de açúcar durante todo período colonial vindo a entrar em decadência a sua produção de açúcar somente após a concorrência com as Antilhas. É uma cidade que teve um número enorme de engenhos de açúcar e rapadura, também tinha um número considerável de mão-de-obra escrava, libertando seus negros em 03 de maio de 1888.
Vale ressaltar que a estrutura da cidade permanece marcada pela arquitetura portuguesa, cerâmicas e modelos de residências. Destacando o museu: Casa Pedro Américo suas obras, vida e memória. Assim, visitamos esta cidade para se ter um contato mais próximo com aquela que participou das Revoltas do período regencial apoiando Frei Caneca e despontando como cidade que participou de todas as revoltas em prol da independência.
Por isso, recuperar a memória histórica nos museus, nas igrejas de estilos barrocos, em Areia-PB, ainda, destaca-se a Igreja dos Rosário construída pelos negros para cultuar seus deuses. A mata pau dos ferros, um espaço de preservação ambiental de diversidade de plantas, de vegetação, de pássaros além de uma Barragem de abastecimento de água. Ainda consta na cidade a preservação de uma casa de um antigo proprietário de engenho intacta com a estrutura de uma senzala urbana daquela época.
Ao avaliarmos o momento histórico estudado foi possível registrar em um mural com as fotos a produção de textos sobre a viagem. O que é possível perceber que o contato do aluno com o patrimônio histórico favorece maiores oportunidades de aprendizagem. Ao compreender melhor a existência do homem e a origem da humanidade, bem como, o encontro com o passado através dos resquícios históricos percebemos que ensino diante de outros documentos (fontes) promove uma maior compreensão da linguagem histórica. Em João Pessoa - PB, nas Igrejas barrocas, nos hotéis antigos, no teatro, diante da arte renascentista que o Conjunto São Francisco - PB apresenta, hoje reservado apenas para visitas turísticas, possibilita o reencontro do passado com as gerações presentes.
Portanto, o presente projeto de cunho educativo e cultural no primeiro momento foi proposto através de estudos de pesquisas bibliográficas baseado no conteúdo programático destinado para o ensino fundamental, por ser um recurso através do qual, é possível coletar dados para a pesquisa e estudos.
Assim, o estudo alicerçado em pesquisas bibliográficas é proveitoso por ser desenvolvido com base em material já elaborado, constituído principalmente da literatura oficial, uma vez que visa proporcionar maior familiaridade com o assunto, com vistas a torná-lo mais explícito; e descritiva, porque observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos da própria realidade sem manipulá-los.
O respectivo trabalho realizado através da leitura e apontamentos abordando a temática em questão inicia-se sempre a partir de uma leitura informativa ou pré-leitura, que permite selecionar os documentos bibliográficos que contêm dados ou informações suscetíveis de serem, aproveitados na solução do problema e que dará uma visão global do assunto; seguida da leitura seletiva e crítica, para a seleção do material útil para o trabalho, escolha das idéias principais, diferenciando-as entre si e das secundárias; sendo a última etapa a leitura interpretativa onde procuraremos saber o que os autores realmente afirmam quais os dados que oferecem e as informações que transmitem sobre o Patrimônio Histórico, os fósseis, os nativos que habitaram a região de Areia-PB, ou seja, dados relevantes para os estudos culturais, o que proporciona benefícios a aquisição de conhecimentos.

PÚBLICO ALVO

• Alunos do Ensino Fundamental I ou Educação Básica.

AVALIAÇÃO

- Um estudo tendo como eixo Patrimônio Histórico-cultural da humanidade é matéria-prima da memória, a avaliação através dos relatórios, dos depoimentos desses alunos podem demonstrar que os registros históricos deixados ao longo dos anos pelos nossos antepassados despertam o entendimento dos alunos e o sentimento de pertencimento. O lugar de memória passa a ser valorizado porque faz parte da cultura.




REFERÊNCIAS:

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental, Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia. Brasília, MEC/SEF. 1997.

REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA, Memória, História, Historiografia: dossiê ensino de História. São Paulo: ANPUH/Marco zero, vol. 13, nº 25/26 set 1992 e agosto 1993.

SÂO PAULO, Secretaria Municipal de Cultura. O direito a memória: Patrimônio histórico e cidadania. São Paulo. DPH, 1992.

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