sábado, 16 de janeiro de 2010

MEDO E ESPERANÇA

OS CLÁSSICOS DA POLÍTICA
Texto de Hobbes: O medo e esperança


• Sabermos que Hobbes é um contratualista; a origem do Estado/sociedade está num contrato: os homens viveriam naturalmente, sem poder e sem organização que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de convívio social e de subordinação política.
• A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito. Igual o bastante para que nenhum possa triunfar de maneira total sobre outro.
• Por isso, se não há um estado controlando e reprimindo, fazer a guerra contra os outros é a atitude mais racional.
• De modo que na natureza do homem encontramos três causas principais de discórdia. Primeiro, a competição; segundo, a desconfiança;e terceiro a glória.
• A primeira leva os homens a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda, a segurança; e a terceira, a reputação. Os primeiros usam a violência para se tornarem senhores das pessoas.
• Hobbes pede um exame de consciência: “conhece-te a ti mesmo” estamos carregados de preconceitos. Mas o mito de que o homem é sociável por natureza nos impede de identificar onde está o conflito, e de conte-lo.
• O indivíduo em Hobbes almeja a honra. Entre as causas da violência, uma das principais reside na busca da glória. Uma lei de natureza é um preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um homem.
• A sociedade e o Estado em Hobbes está fundido num só porque se há governo, é justamente para que os homens possam conviver em paz: sem governo os homens se matam uns aos outros. Por isso, o poder do governante tem que ser ilimitado. Ou o poder é absoluto, ou continuamos na condição de guerra, entre poderes que se enfrentam.
• Do Estado derivam todos os direitos, na medida em que pactuam, deve entender-se que não se encontram obrigados por um pacto anterior a qualquer coisa que contradiga o atual.
• Dado que o direito de representar a pessoa de todos é conferido ao que é tornado soberano mediante um pacto celebrado apenas entre cada um e cada um, e não entre o soberano e cada um dos outros, não pode haver quebra do pacto da parte de soberano, portanto, nenhum dos súditos pode libertar-se da sujeição sob qualquer pretexto de infração.
• Igualdade e liberdade é o fator que à guerra de todos. Significa em sentido próprio, a ausência de oposição (entretanto por oposição os impedimentos externos do movimento).
• Resta uma liberdade ao homem. Quando o indivíduo firmou o contrato social, renunciou ao seu direito de natureza, isto e, ao fundamento jurídico da guerra de todos.
• Ninguém tem a liberdade de resistir à espada do estado, em defesa de outrem, seja culpado ou inocente. Porque essa liberdade priva a soberania dos meios para proteger-nos, sendo portanto destrutiva da própria essência do estado.
• Às outras liberdades, dependem do silêncio da Lei. O soberano não está atado pelas Leis humanas de justiça, por isso, de seu ponto de vista, não há diferença em castigar um culpado ou agredir um inocente.
• No estado absoluto de Hobbes, o indivíduo conserva em direito á vida talvez sem paralelo em nenhuma outra teoria política moderna.
• O soberano governa pelo temor que aflinge seus subidos. Porque, sem medo, ninguém abriria mão de toda a liberdade que tem naturalmente; se não temesse a morte violenta o poder soberano mantém temerosos os súbitos, o indivíduo bem comportado obediente às regras não terá problemas com o soberano.
• O Estado não se limita a deter a morte violenta. Na realidade o papel do contrato assume amplas dimensões primeiro, o homem é o autor de sua condição de seu destino, e não Deus ou a natureza, segundo o homem pode conhecer tanto a sua presente condição quanto os meios de alcançar a paz e a prosperidade, esses aspectos continuam inspirando o pensamento sobre o poder e as relações sociais.

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