quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A FORMAÇÃO DOS REINOS FRANCOS

A FORMAÇÃO DOS REINOS FRANCOS



Para os romanos, os povos que não habitavam no seu império ou que não sabiam se expressar em latim eram denominados bárbaros. A maior parte das informações que temos sobre eles foi encontrada nas obras de historiadores romanos, especialmente nas obras de Tácito. Os bárbaros eram povos germânicos na sua grande maioria, e nem sempre tiveram relações conflituosas com os romanos, chegando mesmo a participar de algumas conquistas romanas como aliados ou a integrar a guarda pessoal dos imperadores romanos. Eram tidos como bravos guerreiros e viviam nas áreas vizinhas ao império. Havia outros dois grandes grupos de bárbaros: os eslavos (russos, sérvios, poloneses, etc.) e os tártaro-mongóis (hunos, húngaros, búlgaros, etc.).
Originalmente, os bárbaros apresentavam uma organização política bastante distinta da que tinham os romanos, mas a convivência acabou por fazer com que se constituísse nesses grupos uma aristocracia proprietária de terras, que passou a controlar o poder. Viviam em comunidade, não tendo, portanto a complexidade social das cidades romanas nem tampouco as instâncias burocráticas de um grande império. Seus chefes eram eleitos anualmente. Tinham na criação de gado e na agricultura, no cultivo do trigo, centeio, cevada, suas atividades econômicas básicas, além de serem exímios caçadores. As leis que regiam a vida desses grupos baseavam-se nos costumes e tradições, e sua religião, politeísta, difundia o culto aos ancestrais. Moravam em casas simples de madeira e taipa. Hábeis metalúrgicos, boa parte dos vestígios materiais desses povos que chegaram até nós são objetos de metal.
O período de convivência pacífica começou a ser rompido no século IV. Invasões de tribos asiáticas, principalmente dos hunos, forçaram os germanos a penetrarem no Império Romano em busca de terras férteis. A essa época o Império Romano já enfrentava uma crise generalizada, e essas invasões promoveram mudanças importantes. A maioria dos francos fixou-se na Gália (onde hoje está a França); os ostrogodos situaram-se no oeste da Itália; os anglo e os saxões dominaram a Grã-Bretanha; os lombardos instalaram-se em parte do território da Itália; os visigodos ocuparam quase toda a península Ibérica; e os burgúndios estabeleceram-se no sudoeste da Gália, quebrando gradativamente a unidade do maior império do mundo antigo.
A presença desses bárbaros promoveu uma nova fusão cultural em uma sociedade que já possuía uma cultura resultante da influência de muitos outros povos. Assim, teve curso um processo marcado por conflitos, resistências e assimilação. Os invasores não devem ser vistos como destruidores de um domínio secular, pois eles contribuíram para uma renovação cultural; preservaram traços das instituições romanas e incorporaram comportamentos que, inicialmente, lhes eram estranhos. O uso do latim tornou-se comum, embora ele tenha se fundido com as línguas bárbara, dando origem as línguas européia moderna. Muitos desses povos aos poucos foram

Nenhum comentário: