sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O CONHECIMENTO DA VIDA COTIDIANA: BASE NECESSÁRIA PRÁTICA SOCIAL

O CONHECIMENTO DA VIDA COTIDIANA: BASE NECESSÁRIA PRÁTICA SOCIAL




“ O filosofo e a filosofia não podem mais se isolar nem se mascarar, nem se esconder. E isso precisamente porque em última instância a vida cotidiana julga a sabedoria, o conhecimento e o poder” .(LEFEBRVRE, 1961, I ).

Até recentemente, poucos pensadores se continham a estudar a vida cotidiana: ela era especialmente apresentada por romancistas ou historiadores enquanto registro de uma dada época histórica . Conforme Marx, a busca do conhecimento sobre a vida cotidiana aparece como uma preocupação filosófica, para ele a filosofia toma claramente nova direção. Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo diferentemente, cabe transformá-lo. ( 1978, p.5).
Hoje, a obras artístico-literárias acumuladas neste século, os estudos realizados, as legislações introduzidas, as produções de bens e serviços voltados para a vida cotidiana deduziram uma percepção ampliada do que se pode entender como vida cotidiana.
A vida cotidiana, esta vida de todos os dias e de todos os homens, é percebida e apresentada distintamente nas ruas múltiplas cores e faces: a vida dos gestos, relações e a atividades rotineiras de todos os dias; um modo de alienação; um espaço do banal, da rotina e da mediocridade; o espaço privado de cada um, rico em ambivalências, sonhos, ilusões; um modo existência social fictício/real, abstrato, concreto, heterogêneo, homogêneo, fragmentário/hierárquico; a possibilidade ilimitada de consumo sempre renovável; o micro mundo social que contém ameaças e, portanto, carente de controle e programação política e econômica; um espaço de resistência e possibilidade transformadora.
Dessa forma, a vida cotidiana também é vista como um espaço onde o acaso, o inesperado, eleva os homens dessa cotidianidade, retornando a ela de forma modificada. É um palco possível de ações, já que nele penetram informações, buscas trocas, que agitam sua transformação.
Na realidade todos os estudos sobre a vida cotidiana indicam a confusão, contraditoriedade e indecisão de seu conteúdo. Vale ressaltar, que a vida de todos os dias não pode ser recusada ou negada como fonte de conhecimento e prática social. Os estudos de Henri Lefebvre e Agnes Heller são de riqueza e avanço ainda não ultrapassados.

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