quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

INICIO DA AGRICULTURA

INICIO DA AGRICULTURA


Já se conhecia o bastante do Brasil para esperar que nele a cana-de-açúcar dar-se-ia bem. O clima quente e úmido da costa ser-lhe-ia altamente favorável; e quanto à mão-de-obra, contou-se a principio com os indígenas que, como vimos, eram relativamente numerosos e pacíficos no litoral. A cultura da cana somente se prestava, economicamente, a grandes plantações. Com a grande propriedade monocultura instala-se no Brasil o trabalho escravo.
No Brasil se recorreu, a princípio, ao trabalho dos indígenas. Estes já tinham iniciado na tarefa no período anterior da extração do pau-brasil; prestar-se-iam agora, mais ou menos benevolentemente, a trabalharem na lavoura de cana. Foi este um período agitado da historia brasileira. Às guerras entre colonos e indígenas acrescentaram-se logo as intestinas destes últimos, fomentadas pelos brancos e estimulados pelo ganho que dava a venda de prisioneiros capturados na luta.
Aqui será o negro africano que resolverá o problema do trabalho. Os portugueses estavam bem preparados para a substituição; já de longa data, desde meados do séc. XV, traficavam com pretos escravos adquiridos na costa da África e introduzidos no Reino europeu eram empregados em várias ocupações; serviços domésticos, trabalhos urbanos pesados, e mesmo na agricultura. O processo de substituição do índio pelo negro prolongar-se-á até o fim da era colonial.
Os trabalhadores livres eram raros, apenas nas funções de direção e nas especializadas: feitores, mestres, purgadores, caixeiros freqüentemente, antigos escravos libertos.
E cada extensão corresponde efetivamente a um alargamento da área canavieira. Os dois grandes núcleos iniciais estão, como já foi referido, na Bahia e em Pernambuco.
Além do açúcar, embora em escala relativamente pequena, começará a cultivar-se também, desde princípios do séc. XVII, o tabaco. Trata-se, como se sabe, de uma planta indígena da América, e cujo produto teve logo crescente aceitação na Europa. Mas até esta época será prospera, e embora de segundo plano e muito inferior à do açúcar, merece algum destaque.
O centro principal da produção é na Bahia, e como a do açúcar desta região, no contorno do Recôncavo, particularmente na vila de Cachoeira. Outras zonas produtoras serão Sergipe e Alagoas. À medida que a população colonial vai crescendo e procura outras iniciativas em que aplicar suas atividades, a política de restrições econômicas se acentua.
Estes aspiravam para sua colônia americana é que fosse uma simples produtora e fornecedoras de gêneros úteis ao comércio metropolitano e que se pudessem vender com grandes lucros nos mercados europeus. Este será o objetivo da política portuguesa até o fim da era colonial. Sob um rigoroso regime de restrições econômicas e opressão administrativa; e abafasse a maior parte das possibilidades do país.

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