sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

MULHERES DOS ANOS DOURADOS

MULHERES DOS ANOS DOURADOS


O Texto intitulado: “Mulheres dos Anos Dourados”, trata de certos costumes e valores que definem o papel da mulher na década de 50. As abordagens estão voltadas principalmente as questões que unem ou separam os casais, além do estabelecimento de hierarquias entre homens e mulheres. Por outro lado, a imprensa desenvolveu uma escrita de forma a sensibilizar as mulheres contra o perigo da separação conjugal.
Os argumentos acerca do divórcio nessa sociedade evidencia o modelo da família conservadora, dominante na época. O desquite era a única forma de separação entre os casais, no entanto, tanto a mulher como os filhos de pais separados sofriam com o preconceito.
Na realidade, o Brasil dos anos 50 viveu um período de ascensão da classe média. Entretanto, as distinções entre os papéis femininos e masculinos continuam nítidas. Percebe-se que a moral sexual permaneceu forte. A família dessa época tem como marca predominante a autoridade exclusiva do homem.
A figura feminina representava a docilidade humana, reforçada pelas revistas da época que promoviam os valores da classe dominante. Dessa forma, era necessário destacar a diferença entre a moça de família e a moça leviana, haja vista a preocupação das famílias em manter uma postura correta das mulheres, para assim evitar ficarem mal faladas.
Nesse sentido, os costumes e usos eram rígidos e observados pela sociedade. O uso de roupas sensuais ou andar em companhia masculina sozinha poderia causar comentários indesejáveis. Assim, a autora mostra os aspectos referentes a moralidade da época em relação a figura feminina. O código de moralidade era de domínio geral e praticamente todos se sentiam aptos a julgar os comportamentos de uma jovem.
A Lei já previa a possibilidade de anulação do casamento caso a moça não fosse virgem. Mesmo com todos os cuidados e recomendações, muitas mulheres burlaram as normas, não foram tão passivas como se pensam em suas conquistas amorosas. Outro fato que chama a atenção refere-se a escolha do marido, nesse momento cabia a moça decidir entretanto, é notório a influência da família. O namoro era um compromisso, uma etapa para o noivado e posteriormente o casamento.
Na realidade, o namoro seguia alguns padrões, não deveria durar muito tempo e o noivado já era o compromisso mais formal para o encaminhamento do casamento. Por outro lado, existia alguns segredos que deveriam ser preservados para manter a pureza da moça a sexualidade era algo marcado por censuras, reservas, silêncios e preconceitos. Apesar das mudanças nos padrões culturais com o crescimento da urbanização, as revistas da época criticam as liberalidades do cinema do rock’n roll, dos bailes de carnaval e das danças que demonstraram preocupação com certos comportamentos rebeldes dos jovens.
Assim, o lugar da mulher preferencialmente seria no lar, mas na década de 50 a participação feminina cresce no mercado de trabalho. Entretanto, os preconceitos eram nítidos em vários aspectos. Percebeu-se o crescimento no nível de escolaridade feminina apesar das críticas. A esposa do Anos Dourados era valorizada por sua capacidade de amor, cuidar e zelar pela família. A mulher casada deveria apenas ter o marido e os filhos como centro de sua preocupação.
A sociedade prezava para manter a figura da mulher, boa esposa, de maneira que não deveria discutir, reclamar, exigir alguma explicação do marido mas sobretudo deveria promover a paz e a harmonia do lar, da família. As esposas eram aconselhadas a ceder e a resignar-se em nome da manutenção da felicidade da família. Ou seja, a liberdade dos homens era a máxima dessa época.
A questão dos preconceitos ainda estão fortes, principalmente no que se refere a maternidade para as mulheres casadas não era questionado, no entanto, as mães solteiras sofreram fortes discriminações. Outro fator que não foi tema comum das revistas se refere a infidelidade feminina.
Portanto, as questões abordadas referentes a década de 50 nos leva refletir e ao mesmo tempo a reconhecer que ainda hoje existe traços dos Anos Dourados manifestados em certos costumes e valores que definem homens e mulheres.

REFERENCIA
PRIORE, Mary del História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997

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