segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Uma releitura a partir do texto:Religião, paz, guerra e preconceito”: uma reflexão histórica ou, uma breve notícia.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMAPINA GRANDE- UFCG CENTRO DE HUMANIDADES – CH UNIDADE ACADÊMICA DE HISTÓRIA – UAHis CURSO DE ATUALIZAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO: EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTINICO-RACIAIS ALUNA: JOSELIA FERREIRA DE OLIVEIRA Uma releitura a partir do texto: “Religião, paz, guerra e preconceito”: uma reflexão histórica ou, uma breve notícia. O presente texto objetiva apresentar uma releitura sobre a produção textual intitulada: “Religião, paz, guerra e preconceito: uma reflexão histórica, ou uma notícia” de autoria do professor Dr José Otávio de Aguiar. A partir da leitura, percebe-se inicialmente uma abordagem referente a questão da racionalidade ocidental e o questionamento deste fenômeno como instrumento do autoritarismo vigente na sociedade. Talvez, ainda fruto de uma sociedade que reproduziu e continua reproduzindo preconceitos e discriminações mediante formas diversificadas; seja contra raça, sexo, religião, homossexuais dentre outros que se manifestam constantemente no mundo ocidental. O ocidente tem registrado na linha do tempo a marca do preconceito religioso destacando-se principalmente pela imposição de um pensamento, ou professão de fé em determinada religião oficial no país. Neste sentido, a temática remete a pensar os aspectos da Península Ibérica do século XV no que diz respeito a dominação espanhola e a intolerância religiosa de alguns “fanáticos”. Geralmente contra os judeus, cristãos e muçulmanos que compartilharam conhecimentos e tradições. Entretanto, a força das divergências fortalecidas pelos interesses particulares da Igreja em detrimento da coletividade gerou uma onda de conversões forçadas nesta região, consequentemente se deu a expulsão dos judeus e muçulmanos. Neste contexto, o autor ainda proporciona a reflexão sobre a prática da tortura, tão comum nas questões ligadas a religião oficial no século XV e ao Tribunal do Santo Oficio. Lamentavelmente, a violência religiosa conseguiu manter-se de acordo com a recepção do lugar. Conforme se constatou os espanhóis foram responsáveis por espalhar terror, medo e o pânico, mediante as práticas de genocídio e etnocídio que vigorou por muitos anos possivelmente devido às alianças estabelecidas entre o Estado e a Igreja católica. Por conseguinte, a América portuguesa também esteve sob o jugo da Espanha e o Santo Ofício realizou com firmeza perseguições contra os cristãos novos, tidos como heréticos praticantes das crenças judias e os homossexuais como seres diabólicos. Sabe-se que, a religião em todos os tempos, os povos enquanto civilizações adotaram características próprias especificas de cada lugar. Por isso, merece destaque a cultura japonesa. O Japão não adotou o catolicismo como religião oficial, o que não significa dizer que foram menos preconceituosos do que outros povos que a adotou. Vale salientar que, os japoneses também disseminaram sua cultura na sociedade brasileira e transformaram o esporte dando vez ao judô, karatê e ao jiu jitsu. Além disso, no campo religioso ainda trouxeram a seita; Oomoto, a Messiânica e o Seicho-no-ie. Constatou-se que, do século XV ao XVII, o cristianismo e, por conseguinte os cristãos enfrentaram obstáculos frente às restrições governamentais dos setores locais. De acordo com o autor, os jesuítas investiram na pregação das doutrinas católicas e muitos padres foram massacrados, torturados e crucificados. Assim como o budismo também foi perseguido pelos Shoguns com a mesma força que rejeitaram o catolicismo. Ressalta-se que, a Reforma protestante na Europa constituiu-se um movimento contra as imposições religiosas disseminadas pelos reformistas em nome de um determinismo exagerado contra as escolhas do credo religioso. Assim sendo, constatou-se nos espaços da religião a violência e a intolerância intensamente e as primeiras vítimas desse confronto foram as mulheres (tidas como bruxas, aquelas possuídas por demônios) em segundo: os judeus não convertidos. A historiografia tem um leque de acontecimentos que marcaram a história das religiões por seus massacres e torturas. Neste estudo mereceu destaque a “Noite de Bartolomeu” por representar um dos fatos mais cruéis na História da humanidade. Neste cenário de interesses políticos e econômicos, têm-se de um lado, os católicos com o firme propósito de executar a política inquisitorial e o objetivo de destruir todos os indivíduos não católicos. Do outro, os calvinistas, baseado na doutrina da predestinação também manifestou ações de intolerância, prepotência e preconceito religioso. Contudo, a partir do século XVIII a Inglaterra surpreende apresentando um número pequeno de condenação pelo crime relacionado a bruxaria ou sortilégios. A história da Inglaterra do século XVII ao XVIII também registra a presença dos Quackers que defenderam a liberdade e a protagonista desta história Elizabeth Margaret Chandler (poetisa) que lutou por suas convicções, seus ideais abolicionistas, a favor do negro e do índio. Destaca-se nos Estados Unidos da América no século XIX um grupo racista conhecido como o Ku Klux Clã, que se manifestou de maneira ferrenha contra os negros até o século XX. A violência mais uma vez, a prepotência e os interesses exclusos se impôs frente às vidas humanas. São fatos que marcaram diferentes épocas, mas com a mesma intensidade de destruição e intolerância. Além disso, na França se destaca a figura dos cátaros, indivíduos defensores das ideias espíritas que acreditava na reencarnação. Estes foram perseguidos pelo Vaticano, torturados e queimados vivos; um número significativo de indivíduos que representavam a hierarquia cátara, com o propósito de conseguir por fim ao movimento. Pode-se acrescentar ainda outro fato marcante no campo da religião Espírita, a publicação: “O Livro dos Espíritos” e o “Evangelho Segundo o Espiritismo” na França do século XVIII por Alan Kardec, que atraiu adeptos de todas as nacionalidades, sejam judeus, hinduístas, católicos ou protestantes. É importante considerar ainda que dentre os objetivos e ideais do espiritismo incluía-se a defesa da mulher, a igualdade dos direitos humanos. Porém, a reação da Igreja ultramontana conhecida como: “Auto de fé de Barcelona” foi o episódio da queima em praça pública de cerca de 300 exemplares de “O Livro dos Espíritos”. Percebe-se que, a resistência contra o direito à fé religiosa individual é uma luta que ainda vem sendo travada por muitos. A ignorância do ser humano chega aos extremos de querer controlar e ditar normas e regras que devem ser seguidas de maneira igual para todos, como se todos os indivíduos independentes de nacionalidades agissem de uma única maneira e por meio de um único pensamento. Apesar de tudo isto, as pessoas conseguem resistir aos ditames de alguns. É o caso do espiritismo, do candomblé, do catolicismo, do protestantismo, cada um se guia pelo que acredita. O Brasil do século XIX abraçou o espiritismo, bem como, as demais religiões que foram sendo introduzidas seja de origem africana ou não sem restrições. No entanto, em relação a religião sabe-se que não vão deixar de existir críticas seja qual for a época. Na realidade, em virtude de um passado histórico perpassado por mudanças e transformações religiosas, na época do Império no Brasil, o imperador D.Pedro II contribuiu para o fortalecimento das instituições religiosas e a liberdade de culto. Assim, o candomblé como religião nas terras brasileiras foi introduzido como um processo de construção entre o século XVI ao XIX. Mesmo enfrentando a repressão da Igreja católica conseguiu sobreviver e fincar suas raízes no solo brasileiro. Neste contexto, a umbanda surge como uma junção das crenças africanas, indígenas e europeias. Sabe-se que, as várias manifestações de cunho espiritual disseminada ao longo dos anos através das religiões, se entrelaçam entre as necessidades físicas e espirituais dos homens. Pode-se ainda afirmar que, o Brasil no período republicano adotou o sistema laico de ensino religioso. Sendo assim, garantiu a ampla liberdade de expressão de culto. Portanto, nos dias atuais, as mudanças repercutem na ciência tecnológica e na racionalidade científica. No campo religioso, as orientações são privadas destacando-se o fundamentalismo pelos princípios religiosos radicais. Entretanto, consideram-se os diferentes sentidos atribuídos as religiões e as crenças dos diferentes povos, o que se constitui um dos aspectos da cultura marcada pela singularidade. Enfim, as religiões não podem ser consideradas fontes de verdades absolutas. No entanto, é preciso conviver com as diferenças e respeitar entendendo que o indivíduo é produto de sua cultura ao mesmo tempo em que é influenciado pelos conhecimentos de outros povos e credos religiosos. REFERÊNCIA: AGUIAR, J. Otávio Religião, paz, guerra e preconceito: uma reflexão histórica ou, uma breve notícia.

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