segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

REFLEXÕES SOBRE O MACHO NA OBRA DE DURVAL MUNIZ

RESENHA ANÁLITICA ALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz de Nordeste uma invenção do falo: uma história do gênero masculino (Nordeste-1920-1940) IN: A Invenção do Macho. Edições Catavento. São Paulo: 2003. Joselia Ferreira de Oliveira Professora da rede municipal de Ensino C.Grande-PB O presente trabalho trata-se de uma resenha analítica sobre a obra do autor Durval Muniz de Albuquerque Jr., intitulada: Nordeste-uma invenção do falo: uma história do gênero masculino. (Nordeste -1920-1940). Nesta obra o autor critica o discurso das elites regionais que construíram a idéia de Nordeste. Nesse contexto, a identidade regional entre as camadas populares vai formando a imagem do “macho” indivíduo, a partir do discurso do cordel. Além disso, faz uma análise sobre o regionalismo político que vinha se manifestando de forma crescente entre as elites dos Estados do Norte. Mas a grande novidade do regionalismo nordestino é que ele vai se caracterizando por uma ampla militância cultural e intelectual no sentido de definir a região e seu habitante. O regionalismo passa a ser apresentado como uma nova forma de pensar a realidade nacional e como a nossa forma particular de produzir cultura e arte. O autor discute as várias maneiras de nordestinidade expressas a partir de equivocadas definições onde o homem nordestino se encontra na contramão do mundo moderno. Os sertões de Euclides da Cunha coloca o nordestino de uma maneira problemática para os elaboradores de uma identidade regional no nordeste; além de apresentar a questão da divisão territorial e a formação de uma sub-raça no Norte. O autor critica a imagem preconceituosa formada sobre o homem nordestino, baseada na inspiração eugenista que privilegia a figura do nordestino como sendo aquela que expressa o futuro da raça regional, forte e homogênea. O discurso regionalista impregnado da idéia de que o nordestino era um tipo regional e, por isso, mesmo teria um caráter e uma índole ou uma psicologia própria que se revelaria na morfologia de seu corpo e no seu comportamento individual e social. Sendo assim, nasce a influência desses tipos de saberes. Esse discurso regionalista nordestino de base eugenista procuraria responder as constantes acusações de que seria o nordestino “um babel de tipos variados”, um subproduto de cruzamentos raciais díspares, homem tarado, entibrado e frouxo. Além disso, o Nordeste é definido como espaço regional autônomo no país, com traços de homogeneidade. O autor chama a atenção sobre a construção dessa identidade nordestina julgadas pelas lendas e mitos e dos costumes regionais caracterizados por uma natureza viril do macho, da masculinidade, por isso, somente uma pessoa com certos atributos poderia resistir a um ambiente tão hostil. Assim, os conceitos agenciados são meramente antropogeográficos numa sobreposição de imagens sociológicas e historicamente definidas. O nordestino seria fruto de uma hereditariedade cultural, mais do que racial, além disso, a literatura de cordel e outras manifestações literárias da região não cansavam de decantar homens valentes que conseguem resolver as questões mais difíceis. Esse discurso literário vai desenhando o nordestino como aquele que gozava de plena superioridade física e valentia, iletrado e analfabeto, o cordel é uma forma de resistência dessa cultura. Nesse sentido, o autor questiona o discurso estabelecido, haja vista que o nordestino é tido como um homem incubado, explosivo com reservas de talento e imaginação descritos como um homem rural, inculto e supersticioso. O autor busca desconstruir estas falas que inventaram o falo como significante de uma forma de ser regional, de uma identidade masculina regional questionando a própria legitimidade social dos atos de violência contra o feminino. Percebe-se que a cultura nordestina foi inventada a partir de uma lista de manifestações e estudos folclóricos construídos historicamente. O nordestino segundo o discurso das elites da região como um homem eternamente injustiçado pelas outras regiões e pelo governo federal, a resistência do nordestino seria sempre colocadas em dúvida. Os estudiosos em antropologia nordestina explicam o traço masculino da população na formação histórica da raça regional exigindo uma luta contra as adversidades e pela sobrevivência humana. Esse discurso naturalista reforça a idéia de gênero justificando a dominação masculina. Esta forma de ser nordestino talvez tenha sido transmitida principalmente pela educação das famílias. Dessa forma, os códigos de gênero são internalizados como naturais. Por isso, era necessário sistematizar uma cultura popular regional folclórica advinda do povo assim facilitar a transmissão de conteúdos de mensagens que interessavam a elite. As identidades forjadas são reforçadas ao longo dos anos pelos próprios indivíduos da região e principalmente tem sido estimulada pela educação tradicional repassada de geração em geração. A invenção do falo é uma obra que denuncia com muita propriedade os preconceitos estabelecidos em relação ao homem nordestino, uma leitura literária riquíssima, onde o autor se apropria de uma base teórica consistente a fim de refutar alguns mitos e preconceitos levando o leitor a reflexão construtiva no sentido de desconstruir conceitos produzidos historicamente e aceitos como verdadeiros, pronto e acabado. A leitura possibilita uma visão clara sobre os equívocos culturais em relação a construção da identidade do nordestino na invenção do falo, haja vista que a figura do nordestino gestada nos anos vinte agencia uma galeria de tipos regionais, sociais marcados por uma vida rural uma sociabilidade tradicional e acima de tudo desenhados por atributos masculinos.

O NORDESTE E OUTRAS ARATES

RESENHA ANÁLITICA ALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz de a invenção do Nordeste e outras artes IN: Geografia em ruínas. Recife: FJN Editora Massagana São Paulo: Cortez, 1999. O presente texto trata a respeito da invenção do Nordeste tendo como eixo norteador a pesquisa da Durval (1996) para doutorado em História na UNICAMP, onde este ousa colocar e buscar respostas para uma inusitada questão: a invenção do nordeste, o surgimento de um recorte espacial, de um lugar imaginário e real no mapa do Brasil. O Nordeste de Graciliano Ramos, Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto, do cangaço de Lampião, da religiosidade, da seca, da miséria de uma região. Albuquerque Júnior sinaliza além do momento de emergência do Nordeste, eleva seu argumento mais longe mostrando que a produção deste lugar e de seus habitantes não pode ser explicada se nos colocarmos apenas numa perspectiva econômica e política. O autor aponta incisivamemte, da produção histórica de um espaço afetivo, ao longo dos anos a partir de diversos discursos que lhe atribuíram determinadas características físicas e que o investiram de inúmeros atributos morais, culturais, simbólicos. Pensar o nordeste é mencionar os aspectos climáticos a tropicalidade, a sexualidade das mulatas é falar de gente preguiçosa, promíscua, improdutiva e violenta. Ou seja, é inventar estereótipos e mitos que emergiram no próprio espaço físico mobilizando todo um universo de imagens negativas e positivas socialmente reconhecidas e consagradas que criaram a idéia de Nordeste. Dessa forma, o autor se propõe a um trabalho ao mesmo tempo arqueológico e genealógico do Nordeste. Trata-se de desconstruir os discursos foucaultianos que deram visibilidade a divisão do Nordeste nos marcos de modernidade. Ainda que definindo sua identidade ou impondo o seu atraso supostamente natural resultado das difíceis condições climáticas. Mostra como o Nordeste foi recortado na maioria das vezes e na maior parte das vezes de forma negativa e pejorativamente, como o sudeste e o sul agilizados como espaços de progresso, da razão e do futuro. Nesse contexto se opera a destruição da idéia do Nordeste. O autor preocupado em romper com a lógica identitária busca encontrar a diferença onde ela se encontra, decifrando suas próprias condições e possibilidades de decodificação das regras enunciadas. Ele denuncia os mecanismos insidiosos do poder presentes nas configurações discursivas e envolvidas numa negociação em que se paga alto preço por uma forma particular de surgimento que implica evidentemente em aceitação e rejeição, em incorporação e exclusão. Vale salientar que este estudo não se limita a uma história de acusações e culpas em especial de uma classe contra outra, mas propõe-se reconhecer a existência das enormes diferenças sociais do país. Nesta história política, os nordestinos não são vitimizados, mas aparecem como participantes da construção cultural do Nordeste, na medida em que se subjetivam enquanto nordestinos, a partir das referências sociais que foram estabelecidas tanto interiormente ou exteriormente na região. Percebe-se que nesse processo de subjetivação os próprios nordestinos construíram uma identidade que não é nem natural nem essencial, mas eles se nordestinizaram instalando-se na dicotomia binária que opõe Nordeste e Sudeste, improdutivos e trabalhadores, rural e urbano, atraso e progresso, pobreza e riqueza. Sendo assim, a temática também é pioneira porque enuncia pela primeira vez dando visibilidade a questão problemática da identidade do nordestino e da invenção do nordeste, proporcionando desestabilizar velhas concepções históricas, teóricas e políticas forçando a repensar o papel do historiador. Este trabalho desfaz noções essencialistas instauradas na região nordeste. É uma obra de cunho político que denunciam múltiplas e sofisticadas formas de exclusão social e cultural no âmbito dos mecanismos construídos culturalmente, das tecnologias disciplinares, das estratégias invisíveis do poder no campo discursivo. Nesse contexto entra em jogo a crítica do discurso vigente da modernidade, da ciência, do progresso da maneira pela qual define o Nordeste. É uma crítica reveladora, desveladora, transparente, contestadora e irreverente. O autor nos leva a refletir acerca da necessidade de rever os conceitos construídos ao longo dos anos sobre a tradição, desligitimar detonar o passado e partir de novos olhares e de novas potencialidades para a construção de um novo Nordeste. Pensar, se o nordeste foi inventado para ser este espaço de barragem da mudança da modernidade, é preciso destruí-lo para poder dar lugar a novas espacialidades de poder e de saber, recriá-lo diferentemente livre das pesadas heranças do passado, sem estigmas, sem preconceitos. Ainda podemos acrescentar que ao analisarmos o texto intitulado: Geografia em Ruínas foi possível compreender os caminhos pelos quais se produziram no âmbito cultural, o Nordeste. Nele se encontra poder e linguagem onde se dá a produção imagética e textual da espacialização das relações de poder. Este trabalho tematiza, pois, o estabelecimento de uma nova forma de dizer e ver o regional, que abre caminhos para novas formas de sentir e de conhecer. O Nordeste é tomado, neste texto, como invenção pela repetição regular de determinados enunciados, que são tidos como definidores do caráter da região e de seu povo, que falam de sua verdade mais interior. A regionalização das relações de poder acompanhada de outros processos de regionalização, como o de produção, o das relações de trabalho e das práticas culturais. A região é produto de uma batalha, é uma segmentação surgida no espaço dos litigantes. Albuquerque privilegiou o debate em torno da idéia de Nordeste, como ele foi inventado, buscando perceber determinados enunciados audiovisuais que se produziram e cristalizaram-se como representações deste espaço. Ainda questionou-se a idéia de identidade, haja vista que a identidade nacional e regional é vista como uma construção mental. O regionalismo é muito mais do que uma ideologia de classe dominante de uma região. Ele se apóia na prática regionalista, na produção de uma sensibilidade regionalista, numa cultura, que são levadas a efeito e incorporadas por várias camadas da população e surge como elemento dos discursos destes vários segmentos. O autor procurou além disso ressaltar as condições que se impuseram estes sujeitos, os introduziram e fizeram funcionar como tal em determinado momento ao mesmo tempo como inventaram o Nordeste, iam se inventando como sujeitos nordestinos. Percebemos assim as transformações históricas que possibilitaram a emergência da idéia de Nordeste, desde a emergência do dispositivo das nacionalidades, passando por uma mudança na sensibilidade social em relação entre olhar e espaço trazido pela modernidade e pela sociabilidade burguesa, urbana de massas. Assim, essas mudanças permitem a emergência deste novo regionalismo e que possibilitou a invenção do Nordeste. Dessa forma, a invenção do Nordeste segundo Durval Muniz de Albuquerque Junior, doutor em História pela Unicamp, faz uma apaixonante investigação de como e quando se formou o que hoje compreendemos como o Nordeste brasileiro. Ainda argumentando o autor diz: “O Nordeste é uma produção imagético-discursiva, gestada historicamente”. As mesmas imagens e enunciados sobre a região aparecem em formulações naturalistas, culturalistas etc. Portanto, de olho nas artes e na literatura e outro na história social, esta obra examina a gênese da região, remetendo-nos à constatação de que o Nordeste é uma invenção recente na história brasileira talvez um filhote da modernidade. Esta obra é um alerta à indiferença pela historicidade e aos perigos dos discursos monólogos produzidos ao longo da história humana. A invenção do Nordeste contribui para despertar a busca pela democratização da cultura, evitando a hegemonia, por isso, representa um processo de resistência. Vale ressaltar que este trabalho acadêmico foi muito significativo, haja vista que possibilitou o acesso a uma leitura extremamente significativa para os estudos presentes.

MULHERES CHEFE DE FAMÍLIA E A MARGINALIDADE SOCIAL:

1.INTRODUÇÃO Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre as condições socioeconômicas das mulheres chefe de família e as formas de marginalidade social no município de Campina Grande – PB. Nesse sentido, será realizada uma pesquisa de campo envolvendo, num primeiro momento um número de 700 famílias. Segundo, compreender a dinâmica de vida das mulheres chefes de família. A temática em questão está continuamente presente na minha vida acadêmica por fazer parte de meus estudos e pesquisas. Tais questões estão ligadas à exclusão social e às práticas preconceituosas contra as mulheres. Evidentemente as relações de gênero, estiveram em meio a minhas preocupações maiores. Por isso, constitui-se foco de interesse de meus estudos e trabalhos acadêmicos. Estas inquietações e os sentimentos de mal-estar perante a realidade social do país tem me motivado à participar de eventos e trabalhos de pesquisa ligados à temática de cunho social. As ideias e o objeto de estudo deste trabalho surgiu em decorrência do desenvolvimento de uma pesquisa realizada para a Universidade Estadual da Paraíba, (2005) no Curso de Especialização em Gestão e Análise ambiental tendo como Orientadora a Drª Marinalva Freire da Silva, cujo objetivo foi o de analisar a marginalidade social em áreas de degradação ambiental. Constatamos que, as mulheres estão sendo responsabilizadas por um número de obrigações no âmbito familiar cada vez maior, haja vista que precisam sustentar os filhos e as vezes até os próprios pais. Além disso, são economicamente menos favorecidas porque recebem salários menores do que os homens e também residem em condições muitas vezes piores. Neste estudo pretende-se, analisar a relação entre as condições socioeconômicas das mulheres chefe de família e as formas de marginalidade social no município de Campina Grande – PB. No segundo momento, compreender a dinâmica de vida das mulheres chefes de família e como se dá a sobrevivência dessas famílias. Por fim, discutir as condições de vida e os tipos de estratégias de sobrevivência utilizados pelas mulheres chefe de família; além de investigar o preconceito e a discriminação contra as mulheres chefe de família, bem como a ineficácia das políticas públicas sociais. 1.2. JUSTIFICATIVA A pobreza é uma experiência que marca drasticamente a vida dos seres humanos. Entender esse dilema só é possível no contato direto com a população, pois não apenas se desvenda a realidade, (...) mas também podemos vivenciar de perto o objeto de estudo. Por isso, [...] se, a distribuição de oportunidades no Brasil não é igualitária, como demonstra amplamente jornais, estudos acadêmicos, etc, significa dizer vivemos em uma segregação sexual. Isto é, mulher não tem usufruído proporcionalmente, dos mesmos benefícios que homens ao longo dos anos, apesar de ter ultrapassado 505 dos 169 milhões de habitantes do país, como mostram os estudos do censo demográfico do IBGE/2000. (CARVALHO, 2003, p. 246). Lamentavelmente a condição social da mulher ao longo dos anos continua quase a mesma, principalmente quando não têm renda familiar suficiente para suprir todas as necessidades da família. Posto isto, consideramos relevante investigar as formas de marginalização das mulheres chefe de família no universo de 100 Escolas da Rede Municipal ligada a Prefeitura de Campina Grande-PB, por constitui-se um universo de um número significativo de pessoas carentes e de um perfil socioeconômico relativamente baixo. A escolha deste tipo de estudo de cunho social nos faz entrar em contato com um universo enorme de famílias das camadas mais pobres da população desta cidade, sabendo que muitas delas estão em situação de risco social. (...) as mulheres mantêm taxas de desemprego mais altas e salários médio inferior ao dos homens. (...) os brasileiros ainda ganham cerca de 305 a mais que as brasileiras. Estas diferenças de rendimento entre homens e mulheres são verificadas em todos os setores de atividades econômica (...) esta discriminação de gênero está associada à gestação e à criação dos filhos, responsabilidade quase exclusiva das mulheres. (CARVALHO, 2003, p.247). A escolha por trabalhar com mulheres inseridas nas camadas de baixa renda e chefes de família se deve ao fato de esta situação parece encerrar em si mesma, uma tripla marginalidade, o que, como conseqüência, se traduz por precárias condições de vida Investigar estas questões através de entrevistas e vivências com algumas destas mulheres, e seus discursos, podem vislumbrar quem são e o que fazem como vivem e o que querem. Portanto, a partir destes dados, será possível analisar a relação entre as condições econômicas e as formas de marginalidade social das mulheres chefe de famílias marcadas pela pobreza. As reflexões aqui apresentadas são fruto das experiências vivenciadas ao longo do meu exercício profissional, já há mais de 20 anos convivo com as desigualdades sociais, pobreza e o descaso que as populações carentes e seus filhos sofrem por falta de ações significativas a favor desta parcela da população despossuídas a mercê dos ditames governamentais. Lendo nas entrelinhas que não tem direito a uma vida digna. O que lhes restam muitas vezes é o sentimento de desesperança em dias melhores. 2. OBJETIVOS: 2.1 Objetivo Geral: • Analisar a relação entre as condições socioeconômicas das mulheres chefe de família e as formas de marginalidade social no município de Campina Grande – PB. 2.2 Objetivos específicos: * Compreender a dinâmica de vida das mulheres chefes de família e como se dá a sobrevivência dessas famílias; * Discutir as condições de vida e os tipos de estratégias de sobrevivência utilizados pelas mulheres chefe de família; * Investigar o preconceito e a discriminação contra as mulheres chefe de família no município de Campina Grande-PB, bem como a ineficácia das políticas sociais. 3. PROBLEMATIZAÇÃO: A elevada concentração de renda nas mãos de poucos eleva os índices de desigualdade social, junto à população de baixa renda do país. Por si só, é grave e tem conseqüências desastrosas para a sociedade, até porque, A aceleração da urbanização provocou um progressivo movimento das populações pobres para as capitais, onde procuravam se estabelecer nas áreas centrais, próximo ao mercado de trabalho. Aí ocupavam, em sua maioria, habitações coletivas, casas de cômodo ou cortiços, cujos, ‘moradores embora na maior parte do sexo frágil.’ (DEL PRIORE, 2009, p.364). Neste contexto, as experiências de trabalho com estas mulheres chefes de família podem ser analisadas principalmente os aspectos referentes as formas de marginalidade social. Por isso, quais seriam suas expectativas frente ao futuro? Como, diante de tantas dificuldades, conseguem sobreviver? Como suportam as faltas de suprimento para viver? A quem ou a quê atribuem a sua situação de miséria que vive? Quais as estratégias que utilizavam para lidar com a situação de miséria na qual se encontram? 4. MULHERES CHEFES DE FAMÍLIA E MARGINALIDADE SOCIAL: sobre preconceito e discriminação Historicamente a marginalidade social é uma realidade que se apresenta sob diversas formas de organização familiar específicas de um país enorme com graves conflitos sociais, sobretudo entre os indivíduos pobres, com necessidades urgentes de sobrevivência. No caso do Brasil, as famílias chefiadas por mulheres constituem grande parte da população marginalizada e economicamente ativa principalmente nas atividades profissionais de baixo rendimento como o trabalho das domésticas. Na realidade é comum que, as famílias encabeçadas por mulheres de baixa renda vivenciarem situações de extrema pobreza. Entretanto, A autonomia das mulheres pobres no Brasil da virada do século é um dado indiscutível. Vivendo precariamente, mais como autônoma do que como assalariada, improvisavam continuamente suas fontes de subsistência. (DEL PRIORE, 2009, p.379). Desse modo, as precárias condições econômicas das famílias chefiadas por mulheres são explicadas, pelo menos em parte, pela baixa remuneração do trabalho executado, porque estas mulheres são, freqüentemente, as únicas responsáveis, tanto pelo sustento familiar como pela realização das tarefas domésticas, alimentação, ou seja, pela provisão dos recursos materiais necessários para a manutenção de todos os membros daquela família. No que diz respeito a esse último aspecto, vários estudos têm demonstrado que a participação das mulheres brasileiras no mercado de trabalho se dá predominantemente no setor de serviços, no segmento informal e desprotegido, onde recebem rendimentos menores por desempenharem atividades supostamente menos qualificadas (BRUSCHINI, 2000). Segundo Pacheco (2005), os domicílios chefiados por mulheres no país, estão super-representados entre os pobres, provavelmente em decorrência das discriminações salariais por gênero. De fato, os núcleos domésticos-familiares chefiados por mulheres estão em desvantagem, não somente em relação à renda familiar, mas também em termos de acesso aos serviços públicos básicos, inclusive o de seus filhos à educação. É possível afirmar ainda que, se as oportunidades de inserção da mulher no mercado de trabalho são geralmente inferiores às dos homens, no caso das mulheres pobres as desigualdades se tornam ainda maiores. Pois, o mercado de trabalho geralmente oferece salários menores e ocupações dentro de um processo produtivo mecanizado, pouco qualificado e de contratos temporários, baseados na lógica de redução de custos, sem nenhuma forma real de valorização do trabalhador (BRUSCHINI, 2000). 4.1 A mulher na contemporaneidade Para Del Priore (2009, p.536) os “estudos antropológicos sobre famílias brasileiras de baixa renda têm apontado para a natureza aberta da unidade doméstica”. Assim, no cenário contemporâneo a mulher chefe de família, dependente do trabalho mal remunerado e alienado, ainda é a responsável pela criação dos filhos e vivendo em condições de conflito devido a falta de recursos econômicos para garantir sozinha o sustento e a sobrevivência da família. Tudo isto, em parte é dificultado pela baixa remuneração concedida a mulher. Pode-se constar que, Com a nova realidade do trabalho torna-se mais visível a discriminação contra as mulheres: salários menores, maior freqüência do não registro em carteira, além de assédio sexuais por parte dos feitores, empreiteiros e outros agentes do controle do trabalho (DEL PRIORE, 2009, p.563). Enfim, no caso das mulheres chefe de família com baixa renda, o reflexo das condições econômicas é determinante para acentuar a marginalidade social bem como o preconceito e a discriminação.

Uma releitura a partir do texto:Religião, paz, guerra e preconceito”: uma reflexão histórica ou, uma breve notícia.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMAPINA GRANDE- UFCG CENTRO DE HUMANIDADES – CH UNIDADE ACADÊMICA DE HISTÓRIA – UAHis CURSO DE ATUALIZAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO: EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTINICO-RACIAIS ALUNA: JOSELIA FERREIRA DE OLIVEIRA Uma releitura a partir do texto: “Religião, paz, guerra e preconceito”: uma reflexão histórica ou, uma breve notícia. O presente texto objetiva apresentar uma releitura sobre a produção textual intitulada: “Religião, paz, guerra e preconceito: uma reflexão histórica, ou uma notícia” de autoria do professor Dr José Otávio de Aguiar. A partir da leitura, percebe-se inicialmente uma abordagem referente a questão da racionalidade ocidental e o questionamento deste fenômeno como instrumento do autoritarismo vigente na sociedade. Talvez, ainda fruto de uma sociedade que reproduziu e continua reproduzindo preconceitos e discriminações mediante formas diversificadas; seja contra raça, sexo, religião, homossexuais dentre outros que se manifestam constantemente no mundo ocidental. O ocidente tem registrado na linha do tempo a marca do preconceito religioso destacando-se principalmente pela imposição de um pensamento, ou professão de fé em determinada religião oficial no país. Neste sentido, a temática remete a pensar os aspectos da Península Ibérica do século XV no que diz respeito a dominação espanhola e a intolerância religiosa de alguns “fanáticos”. Geralmente contra os judeus, cristãos e muçulmanos que compartilharam conhecimentos e tradições. Entretanto, a força das divergências fortalecidas pelos interesses particulares da Igreja em detrimento da coletividade gerou uma onda de conversões forçadas nesta região, consequentemente se deu a expulsão dos judeus e muçulmanos. Neste contexto, o autor ainda proporciona a reflexão sobre a prática da tortura, tão comum nas questões ligadas a religião oficial no século XV e ao Tribunal do Santo Oficio. Lamentavelmente, a violência religiosa conseguiu manter-se de acordo com a recepção do lugar. Conforme se constatou os espanhóis foram responsáveis por espalhar terror, medo e o pânico, mediante as práticas de genocídio e etnocídio que vigorou por muitos anos possivelmente devido às alianças estabelecidas entre o Estado e a Igreja católica. Por conseguinte, a América portuguesa também esteve sob o jugo da Espanha e o Santo Ofício realizou com firmeza perseguições contra os cristãos novos, tidos como heréticos praticantes das crenças judias e os homossexuais como seres diabólicos. Sabe-se que, a religião em todos os tempos, os povos enquanto civilizações adotaram características próprias especificas de cada lugar. Por isso, merece destaque a cultura japonesa. O Japão não adotou o catolicismo como religião oficial, o que não significa dizer que foram menos preconceituosos do que outros povos que a adotou. Vale salientar que, os japoneses também disseminaram sua cultura na sociedade brasileira e transformaram o esporte dando vez ao judô, karatê e ao jiu jitsu. Além disso, no campo religioso ainda trouxeram a seita; Oomoto, a Messiânica e o Seicho-no-ie. Constatou-se que, do século XV ao XVII, o cristianismo e, por conseguinte os cristãos enfrentaram obstáculos frente às restrições governamentais dos setores locais. De acordo com o autor, os jesuítas investiram na pregação das doutrinas católicas e muitos padres foram massacrados, torturados e crucificados. Assim como o budismo também foi perseguido pelos Shoguns com a mesma força que rejeitaram o catolicismo. Ressalta-se que, a Reforma protestante na Europa constituiu-se um movimento contra as imposições religiosas disseminadas pelos reformistas em nome de um determinismo exagerado contra as escolhas do credo religioso. Assim sendo, constatou-se nos espaços da religião a violência e a intolerância intensamente e as primeiras vítimas desse confronto foram as mulheres (tidas como bruxas, aquelas possuídas por demônios) em segundo: os judeus não convertidos. A historiografia tem um leque de acontecimentos que marcaram a história das religiões por seus massacres e torturas. Neste estudo mereceu destaque a “Noite de Bartolomeu” por representar um dos fatos mais cruéis na História da humanidade. Neste cenário de interesses políticos e econômicos, têm-se de um lado, os católicos com o firme propósito de executar a política inquisitorial e o objetivo de destruir todos os indivíduos não católicos. Do outro, os calvinistas, baseado na doutrina da predestinação também manifestou ações de intolerância, prepotência e preconceito religioso. Contudo, a partir do século XVIII a Inglaterra surpreende apresentando um número pequeno de condenação pelo crime relacionado a bruxaria ou sortilégios. A história da Inglaterra do século XVII ao XVIII também registra a presença dos Quackers que defenderam a liberdade e a protagonista desta história Elizabeth Margaret Chandler (poetisa) que lutou por suas convicções, seus ideais abolicionistas, a favor do negro e do índio. Destaca-se nos Estados Unidos da América no século XIX um grupo racista conhecido como o Ku Klux Clã, que se manifestou de maneira ferrenha contra os negros até o século XX. A violência mais uma vez, a prepotência e os interesses exclusos se impôs frente às vidas humanas. São fatos que marcaram diferentes épocas, mas com a mesma intensidade de destruição e intolerância. Além disso, na França se destaca a figura dos cátaros, indivíduos defensores das ideias espíritas que acreditava na reencarnação. Estes foram perseguidos pelo Vaticano, torturados e queimados vivos; um número significativo de indivíduos que representavam a hierarquia cátara, com o propósito de conseguir por fim ao movimento. Pode-se acrescentar ainda outro fato marcante no campo da religião Espírita, a publicação: “O Livro dos Espíritos” e o “Evangelho Segundo o Espiritismo” na França do século XVIII por Alan Kardec, que atraiu adeptos de todas as nacionalidades, sejam judeus, hinduístas, católicos ou protestantes. É importante considerar ainda que dentre os objetivos e ideais do espiritismo incluía-se a defesa da mulher, a igualdade dos direitos humanos. Porém, a reação da Igreja ultramontana conhecida como: “Auto de fé de Barcelona” foi o episódio da queima em praça pública de cerca de 300 exemplares de “O Livro dos Espíritos”. Percebe-se que, a resistência contra o direito à fé religiosa individual é uma luta que ainda vem sendo travada por muitos. A ignorância do ser humano chega aos extremos de querer controlar e ditar normas e regras que devem ser seguidas de maneira igual para todos, como se todos os indivíduos independentes de nacionalidades agissem de uma única maneira e por meio de um único pensamento. Apesar de tudo isto, as pessoas conseguem resistir aos ditames de alguns. É o caso do espiritismo, do candomblé, do catolicismo, do protestantismo, cada um se guia pelo que acredita. O Brasil do século XIX abraçou o espiritismo, bem como, as demais religiões que foram sendo introduzidas seja de origem africana ou não sem restrições. No entanto, em relação a religião sabe-se que não vão deixar de existir críticas seja qual for a época. Na realidade, em virtude de um passado histórico perpassado por mudanças e transformações religiosas, na época do Império no Brasil, o imperador D.Pedro II contribuiu para o fortalecimento das instituições religiosas e a liberdade de culto. Assim, o candomblé como religião nas terras brasileiras foi introduzido como um processo de construção entre o século XVI ao XIX. Mesmo enfrentando a repressão da Igreja católica conseguiu sobreviver e fincar suas raízes no solo brasileiro. Neste contexto, a umbanda surge como uma junção das crenças africanas, indígenas e europeias. Sabe-se que, as várias manifestações de cunho espiritual disseminada ao longo dos anos através das religiões, se entrelaçam entre as necessidades físicas e espirituais dos homens. Pode-se ainda afirmar que, o Brasil no período republicano adotou o sistema laico de ensino religioso. Sendo assim, garantiu a ampla liberdade de expressão de culto. Portanto, nos dias atuais, as mudanças repercutem na ciência tecnológica e na racionalidade científica. No campo religioso, as orientações são privadas destacando-se o fundamentalismo pelos princípios religiosos radicais. Entretanto, consideram-se os diferentes sentidos atribuídos as religiões e as crenças dos diferentes povos, o que se constitui um dos aspectos da cultura marcada pela singularidade. Enfim, as religiões não podem ser consideradas fontes de verdades absolutas. No entanto, é preciso conviver com as diferenças e respeitar entendendo que o indivíduo é produto de sua cultura ao mesmo tempo em que é influenciado pelos conhecimentos de outros povos e credos religiosos. REFERÊNCIA: AGUIAR, J. Otávio Religião, paz, guerra e preconceito: uma reflexão histórica ou, uma breve notícia.

O PODER DA PALAVRA SEGUNDO CLASTRES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMAPINA GRANDE- UFCG CENTRO DE HUMANIDADES – CH UNIDADE ACADÊMICA DE HISTÓRIA – UAHis CURSO DE ATUALIZAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO: EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTINICO-RACIAIS DISCIPLINA: CONFLITOS ÉTNICOS NA AMÉRICA: UMA VISÃO HISTÓRICA ALUNA: JOSELIA FERREIRA DE OLIVEIRA A SOCIEDADE CONTRA O ESTADO: O DEVER DE PALAVRA Pierre Clastres, em seu livro “A sociedade contra o Estado”, comenta a questão do poder nas sociedades indígenas e como relacionar poder versus Estado. Acaba sendo um documento de antropologia política já que se baseando nas sociedades primitivas, verifica-se o poder de sua chefia e poder é o direito de agir, de decidir e mandar. Além disso, apresenta as sociedades ameríndias como sociedades que valoriza a liberdade e nestas não co-existe a presença do Estado coercitivo, nem tão pouco relações de mando obediência ao líder. Além disso, não há diferenças entre os indivíduos, por isso, não se conhece dominantes e dominados. No texto sobre “O dever de palavra”, o poder e palavra estão intrinsecamente ligados. Clastres considera que o homem de poder não é somente o homem que fala, mas a única fonte de palavra legítima. Neste sentido, as sociedades sem Estado e as tribos indígenas tratam da questão sobre o poder diferentemente. Nestas sociedades a palavra é o dever do poder, ou seja, as sociedades indígenas exigem que o homem destinado a ser chefe prove seu domínio sobre as palavras. Vale ressaltar que, um chefe não pode de maneira alguma se manter silencioso, caso contrário não é mais um chefe. Estas sociedades primitivas sabem por natureza que a violência é a essência do poder. E a forma de ter o chefe somente no movimento da palavra, garante que ele está no extremo oposto da violência, pois a sociedade é o lugar real do poder. Entende-se que, com o dever da palavra do chefe, tem-se a garantia que proíbe que o homem de palavra se torne o homem de poder. Percebe-se que, nas sociedades sem Estado, é dever de quem exerce o poder falar, mas não é obrigação de ninguém ouvir. Se por acaso, o chefe tribal decidir impor seu poder sobre os demais membros da tribo, segundo Clastres (1982) “ele acabará sendo abandonado, pois a sociedade primitiva não aceita a imposição de nenhuma autoridade, como na nossa sociedade organizada em Estado”. O poder não coercitivo é realizado de forma que uma figura mítica represente o chefe nos rituais que servem para rememorar a organização social. Na realidade, é uma tradição sendo necessário apenas a figura do chefe tribal, não necessariamente a mesma, mas que cumpra a função de líder. No entanto, ele não tem e nem exerce poder nenhum sobre os membros da sociedade, simplesmente porque não existe esse poder. Enfim, Clastres considera as sociedades primitivas e as sociedades civilizadas diferentes a segunda é marcada pelo surgimento do Estado uma espécie de revolução política. Assim, nas sociedades civilizadas o poder é coercitivo e nas sociedades primitivas o poder está na palavra. Falar é antes de tudo o poder de não falar, pois o chefe tribal possui o domínio da palavra na tribo, sendo essa uma função específica que constitui a existência de tal cargo. O chefe na tribo tem por dever manter as tradições, relembrar os feitos dos antepassados. Esse exercício de manutenção e transmissão dos conhecimentos detém na fala sua eficácia. REFERÊNCIA: CLASTRES, P. O dever de palavra In:A sociedade contra o Estado: Pesquisas de Antropologia Política. 4 ed. Francisco Alves. São Paulo-SP. 1982. ( VII cap). ___________, A questão do poder nas sociedades primitivas. In: Arqueologia da Violência: Ensaio de Antropologia Política. Editora brasiliense São Paulo-SP. 1982. (p.105-111). DISCIPLINA: CONFLITOS ÉTNICOS NA AMÉRICA: UMA VISÃO HISTÓRICA Ao enfatizar sobre as questões referentes as culturas ameríndias pode-se dizer inicialmente que a disciplina: “Conflitos étnicos na América: uma visão histórica” contribuiu no sentido de que fomentou uma série de questionamentos não apenas sobre as possíveis interpretações das populações excluídas como as indígenas na história da América, mas também a possibilidade de uma leitura crítica dos textos selecionados e estudados. Desse modo, contribuiu para melhorar a dinâmica em sala de aula consequentemente o desempenho profissional, uma vez que na graduação as leituras realizadas muitas vezes de maneira apressada e fragmentada deixa a desejar. Assim, os conteúdos apresentados em seus diversos contextos foram significativos ao promover mudanças de postura levando o aluno a perceber a importância histórica dos povos da América. Muitas vezes a desinformação do aluno contribui para resultados desagradáveis. Esta disciplina viabilizou caminhos que permitiram a reflexão e um novo olhar sobre as crenças e valores dos povos. Portanto, os estudos realizados foram de suma importância no sentido de ressignificar a prática pedagógica. A história das sociedades ameríndias nos leva a pensar na importância da ética para a convivência com as diferenças entre os povos. Campina Grande, 22 de dezembro de 2012.

BULLING, NÃO!

“BULLYING: UM DESAFIO A ENFRENTAR” Josélia Ferreira de Oliveira Discente do Curso de Pedagogia- UEPB Introdução O presente texto sobre o “bullying” objetiva contribuir para uma maior atenção dos educadores e da sociedade como um todo sobre este fenômeno que a Escola precisa enfrentar. Pode-se afirmar que, o Bulling é entendido como uma ação comportamental desviante; geralmente manifestada em forma de agressão verbal e/ou física que não se manifesta de forma homogênea na escola, mas, multifacetada. É uma ação repetitiva e constante nem toda provocação aleatória pode ser considerada Bulling. A característica marcante é a repetitividade contra o Outro. Entretanto, a escola tem o papel fundamental de conscientizar e combater o fenômeno bullying, suas características, tipos e consequências etc. O interesse pelo tema se deu em virtude da preocupação com o aumento da violência no âmbito Escolar, haj vista que este vem se destacando como um fenômeno abrangente na escola de forma crescente e com consequências graves. Nesse sentido, considera-se importante sensibilizar os profissionais em Educação acerca do Bullying na Escola a fim de oportunizar a compreensão das causas e suas consequências para os indivíduos e assim viabilizar ações no sentido provocar mudanças comportamentais saudáveis para todos. Por isso, discutir acerca do Bullying, com os docentes e equipe técnica da Escola, é fundamental. Além disso, é uma oportunidade de proporcionar a reflexão sobre as consequências do Bullying na Escola, no sentido de contribuir para que ocorra a manifestação de relações amistosas na Escola. Logo, propõe-se que, as reflexões sobre a temática bullying sejam desenvolvidas sob a forma de apresentação oral individual, em uma sessão de estudo, junto aos professores e equipe técnica da Escola. ORIGEM DO BULLYING NA ESCOLA A origem pode estar num apelido de mau gosto, em ameaças de agressão ou simplesmente em atitudes de desprezo, nas quais a escola, considerada um importante agente socializador para os alunos, pode vir a tornar-se um campo inimigo para os mesmos, e levá-los a ser ridicularizado pelo grupo e, consequentemente, torná-los mais frágeis. (GUARESCHI, 2008, p.17). A VIOLÊNCIA NO CONEXTO ESCOLAR A violência nas escolas é um problema social grave e complexo, sendo o mais frequente e visível o da violência juvenil. O comportamento violento é resultado da interação entre o desenvolvimento pessoal do jovem e os contextos sociais nos quais ele está inserido, como a família, a escola e a comunidade (GUARESCHI, 2008, p.49). COMBATER O BULLYING É UM DESAFIO PARA A ESCOLA A escola deve priorizar a conscientização geral de seus alunos e estimulá-los ao engajamento em projetos antibullying (...) para, desse modo, mostrar aos autores que eles não terão seu apoio, nem sua omissão (GUARESCHI, 2008, p.77). Além do envolvimento de professores e funcionários da escola, é também fundamental a colaboração dos pais. A família exerce influência decisiva na vida da criança, tanto como possível vítima de bullying, quanto como agressora.( GUARESCHI,2008,p.79). PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO * Envolver os pais e a comunidade em atividades planejadas para esclarecimento acerca da ocorrência do bullying; * Discutir com os pais possíveis formas de enfrentamento do problema; * Promover palestras junto aos alunos no sentido de ajudá-los na identificação de situações ou comportamentos compatíveis com “bullying”, analisando as consequências para as vítimas; É importante incentivar a participação dos alunos em atividades organizadas pela escola focalizando o bullying: dramatizações, teatro, capoeira, oficina de dança e de Hip Hop. Oportunizar a vivência de dinâmicas de grupo para sensibilizar os alunos; Organizar sessões para exibição de filmes de cunho pedagógico, discutir com os alunos e orientá-los na elaboração de resumos, histórias em quadrinhos etc. 5. REFERÊNCIA GUARESCHI, Pedrinho A. e SILVA, Michele Reis da (coord.). Bullying: mais sério do que se imagina. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

REFLEXÕES SOBRE IDENTIDADE NACIONAL E SUAS INFLUÊNCIAS NA CULTURA NEGRA

REFLEXÕES SOBRE A IDENTIDADE NACIONAL E SUAS INFLUÊNCIAS NA CULTURA NEGRA Josélia Ferreira de Oliveira Discente do Curso de Pedagogia – UEPB O texto trata sobre a questão da identidade nacional e a influência da cultura negra na sociedade brasílica no período de dominação portuguesa (europeia). Compreender o pensamento nativo e as influências estrangeiras nos projetos de nacionalidade significa perceber as marcas da discriminação e da exclusão do negro. Neste contexto, ao enfatizar o papel centralizador e homogeneizado no campo cultural, econômico, político e social exige-se o exercício do repensar os ideais e projetos existentes nesta época. Vale ressaltar que, a posição social demonstrada através das manifestações de hierarquia e deferência é destacada pelo modo de vestir-se ou a maneira de falar constituindo-se um dos aspectos do comportamento idealizado pela e para a elite desta sociedade que priorizava o homem “civilizado”. Assim, os aspectos da vida social desse indivíduo passam a ser vistos pela população e contribui efetivamente para manter as aparências. Esta talvez fosse uma estratégia de honra apresentar-se dentro do perfil das formalidades. Desse modo, as regras de dominação impostas pela Corte principalmente no âmbito religioso estavam presentes nos rituais das missas, nas manifestações de apreço ao espaço público, o que evidenciava o poder do conservadorismo naquele momento. É importante afirmar que, no campo político os ideais iluministas representou papel significativo para o desejo de independência. Entretanto, o pensamento iluminista não se constitui um conjunto de princípios universais para todos. A igualdade, a liberdade e a fraternidade não representaram os anseios da maioria da elite, mas apenas dos menos favorecidos: o pobre, o negro e o índio. Por isso, a questão da escravização principalmente do negro permaneceu por longos anos. Sendo assim, o lema dos iluministas representou uma afronta contra a política dominante da época. Neste contexto, os ideais nacionalistas se expandem entre alguns intelectuais como o de José Bonifácio. No entanto, o poder político apresentava-se como fator desafiador no sentido de promover mudanças culturais numa sociedade que estava buscando a manutenção dos interesses elitistas. Evidentemente os impasses voltados a construção de uma identidade nacional ao longo dos anos foi sendo formada a partir das poesias, da música, das pinturas artísticas elitistas. Com isso, a cultura negra continuou sendo excluída desse universo. Constata-se que, a influência da raça branca, europeia tida como superior, dita as normas e as regras desta sociedade, haja vista o lucro alcançado com a escravização do negro. Associar identidade aos fatores biológicos e restringir o campo cultural dos povos aos saberes do cotidiano, ao conhecimento das técnicas agrícolas, ao uso das plantas não contribui necessariamente para as mudanças no âmbito nacional e das identidades nacionais, mas reforça as desigualdades culturais. As discussões apresentadas sobre: conceitos de raça, nacionalidade e o estudo da influência cultural das diferentes raças mostra que os aspectos físicos e psíquicos também foram marcantes para a formação do povo brasileiro. Portanto, os discursos e as memórias apresentadas pela historiografia dão conta de que as ideias veiculadas pela elite reservou o direito de dirigir e esboçar a cultura dessa nação ignorando o entrelaçamento das culturas para a construção das identidades nacionais. REFERÊNCIA: AGUIAR, Otavio José Formação Nacional no século XIX: as diversas representações da nação e os esforços classificatórios.