terça-feira, 18 de dezembro de 2012

REFLEXÕES SOBRE IDENTIDADE NACIONAL E SUAS INFLUÊNCIAS NA CULTURA NEGRA

REFLEXÕES SOBRE A IDENTIDADE NACIONAL E SUAS INFLUÊNCIAS NA CULTURA NEGRA Josélia Ferreira de Oliveira Discente do Curso de Pedagogia – UEPB O texto trata sobre a questão da identidade nacional e a influência da cultura negra na sociedade brasílica no período de dominação portuguesa (europeia). Compreender o pensamento nativo e as influências estrangeiras nos projetos de nacionalidade significa perceber as marcas da discriminação e da exclusão do negro. Neste contexto, ao enfatizar o papel centralizador e homogeneizado no campo cultural, econômico, político e social exige-se o exercício do repensar os ideais e projetos existentes nesta época. Vale ressaltar que, a posição social demonstrada através das manifestações de hierarquia e deferência é destacada pelo modo de vestir-se ou a maneira de falar constituindo-se um dos aspectos do comportamento idealizado pela e para a elite desta sociedade que priorizava o homem “civilizado”. Assim, os aspectos da vida social desse indivíduo passam a ser vistos pela população e contribui efetivamente para manter as aparências. Esta talvez fosse uma estratégia de honra apresentar-se dentro do perfil das formalidades. Desse modo, as regras de dominação impostas pela Corte principalmente no âmbito religioso estavam presentes nos rituais das missas, nas manifestações de apreço ao espaço público, o que evidenciava o poder do conservadorismo naquele momento. É importante afirmar que, no campo político os ideais iluministas representou papel significativo para o desejo de independência. Entretanto, o pensamento iluminista não se constitui um conjunto de princípios universais para todos. A igualdade, a liberdade e a fraternidade não representaram os anseios da maioria da elite, mas apenas dos menos favorecidos: o pobre, o negro e o índio. Por isso, a questão da escravização principalmente do negro permaneceu por longos anos. Sendo assim, o lema dos iluministas representou uma afronta contra a política dominante da época. Neste contexto, os ideais nacionalistas se expandem entre alguns intelectuais como o de José Bonifácio. No entanto, o poder político apresentava-se como fator desafiador no sentido de promover mudanças culturais numa sociedade que estava buscando a manutenção dos interesses elitistas. Evidentemente os impasses voltados a construção de uma identidade nacional ao longo dos anos foi sendo formada a partir das poesias, da música, das pinturas artísticas elitistas. Com isso, a cultura negra continuou sendo excluída desse universo. Constata-se que, a influência da raça branca, europeia tida como superior, dita as normas e as regras desta sociedade, haja vista o lucro alcançado com a escravização do negro. Associar identidade aos fatores biológicos e restringir o campo cultural dos povos aos saberes do cotidiano, ao conhecimento das técnicas agrícolas, ao uso das plantas não contribui necessariamente para as mudanças no âmbito nacional e das identidades nacionais, mas reforça as desigualdades culturais. As discussões apresentadas sobre: conceitos de raça, nacionalidade e o estudo da influência cultural das diferentes raças mostra que os aspectos físicos e psíquicos também foram marcantes para a formação do povo brasileiro. Portanto, os discursos e as memórias apresentadas pela historiografia dão conta de que as ideias veiculadas pela elite reservou o direito de dirigir e esboçar a cultura dessa nação ignorando o entrelaçamento das culturas para a construção das identidades nacionais. REFERÊNCIA: AGUIAR, Otavio José Formação Nacional no século XIX: as diversas representações da nação e os esforços classificatórios.